terça-feira, 1 de junho de 2010

6.



Babalith at the Gates of Agharta, Babalith


Quiseram expulsa-la mas aproveitando a sua cegueira, e sendo minuciosa, Babalith deixou-se ficar, pois suspeitava de alguma coisa. Percebeu que as zonas escavadas abriam fontes de petróleo, e calculou que a secura que formava o deserto se devia a um mar negro que existia no subterrâneo. Dos túneis, viu sair muitas sondas, e outras entrar. Lá em baixo, talvez encontrasse o reino do seu inimigo, depois do vazio.
Pôs-se a caminho enquanto cantava para as máquinas:
“É bom que procurem o vazio que sustém a terra, tudo o que está tapado pelo chão sabe silenciar-se, e o que é o silêncio, se não a mulher verdadeiramente despida? E a mulher verdadeiramente despida, o que é senão a morte que amamenta a Alma do Mundo? Há bosques que crescem no silêncio, e o não perturbam. Todas as coisas vivas procuram a protecção da treva, e a gostam de nutrir. Sabeis, sondas, de onde a necessidade de escrita? Do comércio apodrecido, o comércio do império da moeda sobre todas as coisas objectivas, do império da coroa que governa sem rei - este amor dos sinarquistas. Não, tudo o de melhor que é representado, torna-se no pior. Cautela, porém, sonda, vós que aprofundais a espada na própria carne, e que penetrais o nosso astro vivo, por serdes profundas deixareis de sofrer, as moscas não sobreviverão no subterrâneo e nem, onde arde o fogo, o verme. Mas existe algo de maior e mais perigoso, esse algo é, como eu, um vampiro. Ele é o Deus a quem ninguém chora ou adula, aquele que ninguém ainda representou: o Rei Lagarto. Este Vampiro existiu no Tempo do Homem, e o seu castelo era o Verbo.”

Horned Wolf

2 comentários:

  1. "sem palavras..." Super fantastic post <3

    xoxo*

    http://ivaniadiamond.blogspot.com

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  2. Estou a ver que isto ainda serve para alguma coisa, trazer almas perversas à minha inocência.

    Partilho aqui o comentário que deixei na caixa da Ivania para aprovação

    ^0^

    Deixo um diamante aos que trabalham com a estética e com a sensualidade, e como aos solitários nas cidades:

    É preferivel o solitário caminhar nos locais populados do que nos sitios ermos. Nos locais populados ele jamais está só. Acompanha-o um sonho forte, de mil pessoas com o cio, onde o solitário se pode mover e distrair como num jogo.

    Quanto a vós os sensualistas vão ter ainda de abandonar a inocência dos animais, e que em vós abunda. Era preciso a perfeição do intelecto nos indomáveis impulsos do sexo, para depois a revelação das coisas e o accionamento do espírito sobre elas. Era preciso que trabalhasseis com perversidade e mácula, sem ponta de inocência. O nome do vosso labor chama-se cobiça e inveja. Eis a sanidade que surge sem o equivoco de ser evocada.

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